segunda-feira, 3 de março de 2014

PORTA Nº 6 - ÉVORA

"Mui nobre e sempre leal cidade de Évora",
reza o brazão e a bandeira da cidade. 
 
  
Desde a Antiguidade, Évora, ponto de encontro milenar de rotas comerciais, destaca-se pela importância política e social.  
 
Do património romano do Templo de Diana, da ocupação muçulmana, Évora assume desde a Idade Média  uma posição de destaque no território português. 
 
A Sé Catedral constitui o primeiro monumento de referência gótica em Portugal, tendo a Universidade sido instituída em 1556. 
 
A riqueza patrimonial de Évora atesta a classificação de Centro Histórico como Património da Humanidade desde 1986.
 
Uma porta eborense que combina com a simplicidade do Alentejo.
 
 
Évora



 
"Ao amigo vindo da luminosa
Itália, a minha cidade, como eu



Soturno e triste…
Évora! Ruas ermas sob os céus
Cor de violetas roxas… Ruas frades
Pedindo em triste penitência a Deus
Que nos perdoe as míseras vaidades!
Tenho corrido em vão tantas cidades!
E só aqui recordo os beijos teus,
E só aqui eu sinto que são meus
 
Os sonhos que sonhei noutras idades."
 
FLORBELA ESPANCA 

e....


A beleza de Évora descrita por Virgílio Ferreira:



"Évora é uma cidade branca como uma ermida. Convergem para ela os
 
caminhos da planície como o rasto da esperança dos homens. E como a uma
 
ermida, o que a habita é o silêncio dos séculos, do descampado em redor.
 
Conheço, dos seus espectros, a vertigem das eras, a noite medieva mora ainda
 
 nas ruas que se escondem pelos cantos, nas pedras cor do tempo ouço um
 
atropelo de vozes seculares. Vozes de populaça, gritos de condenados, eco de
 
 reis, senhores, estrépito de guerras, ódios e sonhos, sob a imobilidade dos
 
mesmos astros. Como um cofre do tempo, a cidade ignora a exactidão do
 
presente, conhece apenas o alarme da memória. As casas novas têm todas a
 
mesma idade de séculos. E quando se sai da cidade, a planície prolonga, até a
 
um limite irreal, esta voz de infinitude."



“Carta ao futuro” In Vértice, Revista de Cultura e Arte, nº. 180, Setembro de 1958, p. 457.
 
 
As duas citações foram retiradas do sítio: