Quando via as peças de barro preto e ficava encantada com este artesanato típico, estava longe de pensar que este património único com cinco séculos de existência se poderá extinguir.
Em Bisalhães, perto de Vila Real, são feitas as peças pretas. Gosto em especial da cor, mas também da simplicidade da decoração geométrica e/ou vegetalista feitas, muitas vezes, com uma pedra do rio.
Foto retirada de:http://www.nervir.pt/bisalhaes/
Em Bisalhães, perto de Vila Real, são feitas as peças pretas. Gosto em especial da cor, mas também da simplicidade da decoração geométrica e/ou vegetalista feitas, muitas vezes, com uma pedra do rio.
Uma arte ancestral ameaçada pela falta de novos artesãos e que actualmente subsiste devido à persistência e paixão de experientes oleiros, quase todos com idades entre os 70 e os 80 anos. São estes cinco oleiros de Bisalhães que mantêm uma tradição que tem passado de geração em geração.
Em Bisalhães, aldeia transmontana, que deu o nome a esta olaria, estão os fornos onde as peças são colocadas. Depois uma camada de rama de pinheiro verde é colocada por cima das peças. A cozedura a elevadas temperaturas e os vapores orgânicos libertados pela lenha resinosa dão a cor a estas peças.
No dia 5 de Março, o Barro Preto de Bisalhães foi reconhecido como património cultural nacional, tendo sido inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial. Esta arte tem ainda uma candidatura a Património Imaterial da UNESCO cujo resultado será divulgado em Novembro de 2016.
Boas razões para acreditar que, com estas iniciativas e com a realização de cursos de formação, se preserve esta arte que tem passado de geração em geração, de acordo com as técnicas ancestrais e características específicas, na lista do precioso artesanato português.