quinta-feira, 12 de novembro de 2015

PORTA Nº 22 - ERICEIRA

 
A origem do nome Ericeira parece ser "terra de ouriços" devido à abundância dos ouriços do mar nas praias. No entanto, recentes pesquisas apontam, não para um ouriço do mar, mas para um ouriço-cacheiro a fonte de inspiração para o topónimo.
 
Situada perto de Sintra, pitoresca, banhada pelo mar, a Ericeira é uma vila turística  que apela a um agradável passeio, apetecível para uma refeição, com ou sem vista para o mar, com peixe e marisco frescos, abundantes na região. Já estou com vontade de voltar e estive lá há menos de quinze dias! 
 
 
Na primeira Carta de Foral de 1229, foi instituído o concelho da Ericeira que já contemplava a  proteção jurídica e imposição de deveres aos pescadores.
 

De conhecido porto de pesca, em que se pescavam diversas espécies de peixe, a Ericeira passou a ser um polo turístico e comercial de destacada importância, tendo o surf um papel especialmente dinamizador.   
 
 




Da  história da Ericeira faz parte o embarque para o exílio, no dia 5 de outubro de 1910, da família real devido fim da monarquia nacional. Foi no porto da Ericeira que D. Manuel II, a sua mãe, a rainha D. Amélia e a sua avó, a Rainha D. Maria Pia, embarcaram no iate D. Amélia.





A fuga da família real foi relatada por Júlio Ivo, presidente da Câmara Municipal de Mafra que em 1928 terá investigado junto da população este marcante acontecimento:

 
“ (...) os automóveis pararam e apeou-se a Família Real, seguindo da rua do Norte para a rua de Baixo, pela estreita travessa que liga as duas ruas, em frente quase da travessa da Estrela (...) Ao entrar na rua de Baixo, a Família Real ía na seguinte ordem: na frente El-Rei D. Manuel; a seguir, D. Maria Pia, depois, D. Amélia (...) El-Rei, e quem o acompanhava, subiram para a barca, valendo-se de caixotes e cestos de peixe (...) O sinaleiro fez sinal com o chapéu, e a primeira barca, Bomfim, levando a bandeira azul e branca na popa, entrou na água e seguiu a remos, conduzindo El-Rei (...).
 
A afluência nas Ribas era imensa. Tudo silencioso, mas de muitos olhos corriam lágrimas (...)
 
El-Rei ia muito pálido, D Amélia com ânimo, D. Maria Pia, acabrunhada (...) Ainda as barcas não tinham atracado ao iate quando apareceu na vila, vindo do lado de Sintra, um automóvel com revolucionários civis, armados de carabinas e munidos de bombas, que disseram para atirar para a praia se tivessem chegado a tempo do embarque (...) ".
 
Fonte: JFE - Junta de Freguesia da Ericeira