Numa conhecida e cosmopolita rua lisboeta, perto do Cais do Sodré, nasceu um espaço pouco característico: a Livraria Menina e Moça. Nome adoptado da obra de Bernardim Ribeiro, tem como ponto comum a língua portuguesa como um abraço convidativo entre nacionais e estrangeiros.
Num cenário colorido que acolhe no tecto barcos e balões ilustrados, a leitura e as tertúlias fazem parte do programa desta livraria que também pretende homenagear Lisboa, com as obras de Marina Tavares Silva e a sua emblemática colectânea Lisboa Desaparecida, a venda de postais de Lisboa antiga e textos jornalísticos sobre a capital portuguesa.
Para além dos clássicos e contemporâneos escritores portugueses, há livros de clássicos da literatura internacional, livros de autores nacionais em inglês, mas também se prevê em língua francesa para despertar um público estrangeiro com a literatura traduzida.
A gastronomia também é protagonista neste espaço literário com uma ementa apresentada sinais ortográficos, como por exemplo, as “vírgulas” que correspondem aos petiscos, os “contos” às sopas. Há bebidas tipicamente portuguesas, o medronho e a ginjinha e bebidas dedicadas à comunidade de países de língua portuguesa.
O livro desassossega, encanta e faz-nos ir para lugares conhecidos e desconhecidos. Para Cristina Ovídio, dona da livraria “Tudo o que exige silêncio e estarmos com nós próprios acaba por nos assustar” e “ninguém sente os sons da cidade nem olha a arquitectura ou sequer nos olhos do outro”.
Talvez aqui, as tecnologias sejam, ainda que provisoriamente, deslocadas para um plano secundário e olhar, contemplar, apreciar um livro, a decoração, acompanhada por pratos típicos portugueses e da lusofonia sejam um pretexto convincente para verdadeiramente ... sentir!
Fonte: Jornal "Público"
Fotografias: "Zomato"
Sem comentários:
Enviar um comentário