segunda-feira, 27 de abril de 2015

PORTA Nº 18 - MONTEMOR-O-NOVO

Montemor situava-se inicialmente na parte interior da muralha do Castelo, original e primitiva  área da urbe.

D. Sancho I concedeu a Montemor o primeiro foral em 1203, e D. Manuel, em 1503. 
 
Na história de Montemor-o-Novo, destacam-se o combate à ocupação castelhana (1580 - 1640), a sua importância durante as invasões francesas (início do século XIX), e a visita de D. Maria II e D. Fernando II em 1843.

A resistência à ditadura e à luta pela liberdade e por melhores condições de vida conferem a Montemor-o-Novo uma posição de atividade e empenho pela causa.

O que pode visitar e ver em Montemor-o-Novo? Os painéis de azulejos que retratam cenas da vida agrícola nas paredes exteriores do Mercado Municipal e o Museu de Arqueologia Igreja Matriz (século. XVII – XVIII). Aprecie o encantador fresco original que reveste a abóbada da nave, o Cine-Teatro Curvo Semedo, o Monumento ao Resistente Anti-Fascista. A Igreja do Calvário diferencia-se pelas paredes e abóbada inteiramente revestidas de azulejos.
 
No Castelo, rosto emblemático da cidade pela sua  apreciável riqueza patrimonial, está localizado  o Centro Interpretativo  do Castelo na Igreja de Santiago e as Ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo (ex-Matriz).
 
 
No campo artístico Montemor  tem contribuido para a divulgação das artes performativas e contemporâneas com espectáculos nas áreas, entre outras, da dança e teatro.
 
  
 
 
Belchior Manuel Curvo Semedo Torres de Sequeira nasceu em Montemor-o-Novo em 1766. 






Poeta português que integrou o movimento Nova Arcádia, também conhecido como Arcádia Olissiponense, reputada academia literária do século XVIII que defende, em particular, a simplicidade da linguagem. Curvo Semedo assume na Arcádia o nome de  Belmiro Transtagano.


Autor de diversos livros, destacam-se os quatro volumes das Composições Poéticas e a  tradução de fábulas de Jean de La Fontaine.
      
                            
 
A LEBRE E A TARTARUGA
       (Fábula)


 
            «Apostemos, disse à lebre
      A tartaruga matreira,
            Que eu chego primeiro ao alvo
         Do que tu, que és tão ligeira!»


         Dado o sinal da partida,
        Estando as duas a par,
      A tartaruga começa
             Lentamente a caminhar.

A lebre tendo vergonha
De correr diante dela,
Tratando uma tal vitória
De peta ou de bagatela,


Deita-se, e dorme o seu pouco;
                         Ergue-se, e põe-se a observar
De que parte corre o vento,
E depois entra a pastar;

Eis deita uma vista de olhos
Sobre a caminhante sorna,
Inda a vê longe da meta,
E a pastar de novo torna.

Olha; e depois que a vê perto,
Começa a sua carreira;
Mas então apressa os passos
A tartaruga matreira.

À meta chega primeiro,
Apanha o prémio apressada,
Pregando à lebre vencida
Uma grande surriada.

Não basta só haver posses
Para obter o que intentamos;
É preciso pôr-lhe os meios,
Quando não, atrás ficamos.

O contendor não desprezes
Por fraco, se te investir;
Porque um anão acordado
Mata um gigante a dormir.

Composições Poéticas