sexta-feira, 28 de março de 2014

PORTA N.º 7 - BELÉM


Belém, na verdade, Santa Maria de Belém em homenagem à Virgem Maria, começou por ser um lugar pouco povoado, com uma praia que oferecia segurança para os barcos atracarem no Tejo.
 
 Os poucos habitantes ofereciam serviços aos marinheiros que não se deslocavam a Lisboa e  permaneciam na zona conhecida, na altura, por Restelo. 
 
 
 Com a época dos descobrimentos portugueses,  o Restelo começa a desenvolver-se. O rei D. Manuel I ordena a construção de uma torre para proteger a zona e do Mosteiro dos Jerónimos para comemorar o feito de Vasco da Gama.
 
Ponto turístico de referência, Belém é um ponto de visita merecido.
 


 
 
A Carta de Pêro Vaz de Caminha, é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Documento escrito por Pêro Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, para o Rei D. Mauel I,  é considerado como o primeiro documento escrito da história do Brasil. 
 

Excerto da Carta de Pêro Vaz de Caminha

"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."
 
 
"CAMINHA, Pero de Vaz. Carta a el rey D. Manuel. Edição ilustrada e transcrita para o português contemporâneo e comentada por Maria Angela Vilela. SP: Ediouro, 1999.paulo angeel
 
Extraído de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_de_Pero_Vaz_de_Caminha
 

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